Eu sou um homem comum.
Nascido de mãe preta e pai servente de pedreiro,
Oscilo entre a miserabilidade e a subserviência absoluta.
- O sol não me presenteia com sua claridade.
Logo pela manhã, enquanto outros devaneiam,
Desço a velha rua calçada com meu embornal xadrez
E a marmita que traz o alimento que me impede de morrer.
- O feijão-com-arroz é a benção do meu dia.
No barraco onde escondo minha vergonha,
A mulata triste reza pelo destino de suas crias.
Ela não tem vestidos; aprendera, logo cedo, a não ter vaidades.
- A pobreza só é bela nas telas do cinema que nunca entramos.
Meus filhos, coitados, doutrinei desde cedo
A lutar pelas migalhas que escapam a gula dos ricos.
Seus sorrisos são amarelos e raros como ouro de mina.
- Seus sonhos não têm cor nem sentido.
Eu sou um homem comum.
Nascido de mãe preta e pai servente de pedreiro,
Arrasto minha carcaça pelas madrugadas da metrópole muda.
- Almejo, um dia, ser gente.
Nascido de mãe preta e pai servente de pedreiro,
Oscilo entre a miserabilidade e a subserviência absoluta.
- O sol não me presenteia com sua claridade.
Logo pela manhã, enquanto outros devaneiam,
Desço a velha rua calçada com meu embornal xadrez
E a marmita que traz o alimento que me impede de morrer.
- O feijão-com-arroz é a benção do meu dia.
No barraco onde escondo minha vergonha,
A mulata triste reza pelo destino de suas crias.
Ela não tem vestidos; aprendera, logo cedo, a não ter vaidades.
- A pobreza só é bela nas telas do cinema que nunca entramos.
Meus filhos, coitados, doutrinei desde cedo
A lutar pelas migalhas que escapam a gula dos ricos.
Seus sorrisos são amarelos e raros como ouro de mina.
- Seus sonhos não têm cor nem sentido.
Eu sou um homem comum.
Nascido de mãe preta e pai servente de pedreiro,
Arrasto minha carcaça pelas madrugadas da metrópole muda.
- Almejo, um dia, ser gente.
(Roniel Oliveira)